segunda-feira, 31 de março de 2008

Campanha pela Concentração do Horário

CONCENTRAÇÃO DO HORÁRIO: NOSSA LUTA CONTINUA!
O problema do horário em nosso Curso não é algo novo. Pelo contrário, remonta a própria criação do mesmo. Iniciado no semestre 86.1, o Curso de História da UEFS, começou como vespertino, mas já em 86.2 não tinha seu horário concentrado apenas durante o turno da tarde. De lá pra cá, muita coisa aconteceu e o que podemos constatar é que mesmo nunca tendo um Curso totalmente concentrado em um turno nesses mais de 20 anos de História, sempre foi a mobilização e a luta dos estudantes que garantiu algumas conquistas com relação a esta pauta: a concentração do horário.

Sabemos que este debate envolve muito mais elementos do que somente a boa vontade dos professores ou da Área de História (que é a instância que “define” o nosso horário). Hoje, o debate da concentração perpassa necessariamente pelo debate sobre Reforma Curricular, e portanto, são duas lutas que devem ser tocadas de forma conjunta. Por outro lado, a urgência de termos ao menos boa parte de nosso Curso concentrado em apenas um turno, faz com que desde já, tenhamos que acompanhar e ao mesmo tempo pressionar tanto a Área, quanto os professores, para garantirmos isto.

Não seriamos sinceros se não colocássemos que o debate que ocorreu para a formação do nosso horário para o próximo semestre (2007.2) se deu de uma forma bem mais tranqüila e democrática que de outras vezes, principalmente por termos professores mais dialogáveis coordenando tanto a Área, quanto o Colegiado de História, e por termos contado com a compreensão e o esforço de boa parte dos professores.

Nos cabe também uma autocrítica, enquanto Diretório Acadêmico e de forma geral enquanto estudantes do Curso de História, pois não conseguimos potencializar este debate, colocá-lo em nosso cotidiano. Estamos, até que sejam realizadas as eleições, sem representações discentes oficiais, ou seja, eleitas pelo Curso. Não conseguimos fazer o debate em todas as turmas. E por aí vai. Contudo mesmo assim, elaboramos em reuniões ampliadas do DAHIS uma proposta de horário concentrado (uma com o horário pela manhã e outra pela tarde, visto que temos de forma geral uma posição indefinida no nosso Curso, se ele deve ser matutino ou vespertino) e parti-mos para disputar esta proposta nos espaços apropriados (no caso a Área). Mas os problemas foram vários, e resultado, apenas alguns semestres terão seus horários concentrados, outros nem tanto e outros continuarão com os mesmos problemas.

As questões, ou melhor, os problemas foram e são vários. Primeiro sobre a organização da Área, que mesmo estando bem melhor organizada, se comparada com o que era há um tempo atrás, começou a discutir o horário já em cima do prazo de encaminha-lo para o DCHF. E por isso, como a norma do Departamento diz que, quem encaminhar o horário primeiro tem prioridade, as disciplinas da nossa Área tem que se adaptar as de Educação, por exemplo. Outro problema é o calendário do próximo semestre que começa dia 19 de maio, e os professores que não são Dedicação Exclusiva (D.E.) e trabalham em outras instituições, a maioria já com horários definidos até junho, não tiveram como montar seus horários a partir do nosso.

Para piorar, o DCHF manteve o horário das suas reuniões e também a definição de que no horário das reuniões (todas as quintas, de 15:30 à 17:30hs) não podem haver aulas dos Cursos do Departamento (no caso, História e Geografia).

Com esse breve resumo do que aconteceu para chegarmos ao horário que vamos ter no próximo semestre, esperamos colaborar para que todos e todas possam refletir sobre esse problema, sobre essa luta. Esperamos iniciar o próximo semestre com eleições para representação discente, debate nas turmas e assembléia geral de curso, enfim, com espaços coletivos que desde o inicio do semestre discutam a nossa pauta e defina uma estratégia conseqüente para enfrentamos este problema.

A concentração do horário, além de ser (sem restrições) uma demanda de todos os estudantes, é algo que está também diretamente ligado com nossa luta por uma Universidade Popular, a serviço dos trabalhadores e do povo pobre, pois envolve a questão da permanência na Universidade principalmente para os estudantes que são também trabalhadores, e que não podem garantir sua permanência dentro da Universidade, com um Curso o impede conciliar o tempo para trabalhar e estudar. Assim como, coloca cada vez mais distante o direito à Universidade Pública para os filhos e filhas do povo, que mesmo tendo disposição e vontade de estar na Universidade Pública, não podem abandonar o trabalho, o pão, para poderem estudar. Portanto, lutar pela concentração do horário é defender um Curso para estudantes-trabalhadores e trabalhadores-estudantes! É construir a cada dia a Universidade que queremos, a Universidade Popular, que deixe de ser um laboratório de produção e reprodução da ideologia burguesa e fábrica de patrões e burocratas! Para nós, a Universidade será do povo ou não será de ninguém!

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